sexta-feira, 29 de julho de 2011

...

Se eu pudesse descrever o que meu coração diz
Você entenderia meu modo de agir
Os encontros e desencontros
O motivo dessa minha confusão


Minha vida que era tão calma e serena
Foi invadida por um vendaval de amor
Sentimento que levou minh' alma em meio ao vento
Deixando muitos destroços ao passar


Ao ver que tudo em mim estava destruído
Eu só conseguia chorar e lamentar
Pois o que eu havia perdido
Nunca mais iria voltar


Eis que em meio aos destroços surge um anjo
Que trouxe aos poucos minha alegria
Me fez sentir o amor que eu nunca sentira um dia
Enchendo meu coração de ternura e esperança


Mas meu doce anjo às nuvens voltou
E tão alto subiu que não pude vê-lo
Está tão longe de mim
Que tudo parece mais fácil do que tê-lo


Pensei em voltar e reconstruir o amor
Aquele que outrora me fez em pedaços
Deixando meu anjo em sua nuvem
Parti atrás do vento que me fizera amado


Ao dizer adeus ao anjo senti tristeza e amargor
Deixei meu bem por fraqueza e covardia
Com medo de subir, e de lá cair
Preferi sentir a dor da ventania
Do que sofrer com essa nova agonia


Na reconstrução daquele ingrato amor
Percebi que tudo estava inseguro
Os alicerces pendiam para os lados
E me mostravam que não serviam mais para aquilo


Pensei então: Onde estará meu anjo?
E não imaginava que estavas me olhando
Velando meus passos, e se perguntando
Por que desisti de encontrar-te denovo


Com aqueles alicerces construi uma escada
E com esta, bem alta, cheguei à tua morada
E estou de joelhos a pedir-te perdão
Esperando que abras a porta para teu coração.


                                                                                      Kika M.


- Faz muito tempo que escrevi isso... uns 5 anos acho.
Buenas

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Felicidade

Quando podemos verdadeiramente dizer que estamos felizes? Acho que são poucos os momentos, pelos menos pra mim sim. A felicidade, no meu jeito de sentir, se apresenta de uma forma complexa, inalcançável, como se sempre faltasse algo. Talvez isso aconteça pela minha eterna busca pela aventura, por aquilo que vai chegar de repente e revolucionar minha vida. No entanto, já tive alguns momentos assim, e eles não me trouxeram felicidade alguma. Então, quando saber que estou feliz?
Depois de muito pensar, de muito tentar por alguns caminhos, um pouco incertos, buscar essa felicidade tão utópica entendi a simplicidade de estar feliz.
Me vi feliz quando acordei e tive ânimo para levantar disposta a realizar meu novo objetivo, quando ao sair na rua, escutando canções que acalmam e alegram meu coração tive a certeza que posso fazer o que eu quiser, que sou capaz de construir minha vida, minha felicidade.
Quando cantando, olhava para o céu e agradecia a Deus pela força, e pela vida. 
Quando tudo aos poucos vai dando certo, e minha fé de que muita coisa ainda vai melhorar vai aumentando. 
Quando penso nos meus planos para o futuro e começo a sorrir sozinha sentindo a alegria que eles vão me trazer. Aprendi que nossa felicidade depende muito de nós, que você não pode se deixar abalar pelas dificuldades, ou pelos outros. Nunca perca a fé, acredite! Com Deus e amor no seu coração sua removerá montanhas.
Diante de tudo, estou feliz!

 - Vontade de pular, cantar, dançar, sorrir, abraçar, beijar, amar...viver.

...A vida é agora, vê se não demora.
Pra recomeçar é só ter vontade de felicidade pra pular. 

                            (Do lado de cá - Chimarrut's)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Memórias

        Vou - me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada. 
                                                                             Manuel Bandeira

Esse é um dos vários poemas que marcaram minha infância. 
Minha mãe sempre lia pra mim, ou então eu encantada com as palavras os procurava nos livros.
Memórias maravilhosas...



sexta-feira, 1 de julho de 2011

Como esquecer...

" O que será que é o contrário do amor?
Pra maioria o contrário do amor é o ódio.
Não, muito óbvio.
Cheguei a conclusão de que o contrário do amor é o estado permanente de perplexidade.
Uma perplexidade ferida, que te prende numa armadilha, e de onde você só vai conseguir escapar com a ajuda de quem te abandou.
O que será o contrário do amor?"


" Só uma coisa me faz respirar como respiraria uma montanha, profundamente, não depender mais do coração alheio.
Não olhar mais o relógio com angústia, quando o atraso significar desaparecimento.
Não estar mais ligada por um fio invisível a um corpo externo ao meu."


" Toma qualquer forma, enlouquece - me.
Mas não me deixes nesse abismo onde não possa te encontrar.
Oh senhor é inexprimível!
Não posso viver sem a minha vida, não posso viver sem a minha alma."


" A cada passo, a cada novo movimento, eu percebia que tinha me transformado em um livro em branco.
Não havia mais nada escrito em mim.
Só lembro de repente eu me perguntando: Será que esquecer é a mesma coisa que ter perdido?"


Essas são passagens de falas da personagem Júlia (Ana Paula Arósio) no filme " Como esquecer".
A personagem possui uma sensibilidade extrema, sente, e vive seus sentimentos com tanta intensidade que os passa para quem assisti suas dores, no caso, a maior delas, a saudade. Uma espécie de nostalgia, de um relacionamento de dez anos que acabou no corpo físico, mas irá levar muito tempo pra acabar em seu coração e em sua alma.
Isso já aconteceu comigo, pode ter acontecido com você, não importa. O que importa é que quem viveu, quem sentiu essa dor, sabe o quanto esse sentimento fica impregnado em seu ser. 
Que por mais que se tente deixá - lo, algo, ou alguma coisa nos faz lembrar.
Com o tempo, muito tempo, por que eu não acredito em um esquecimento rápido quando o amor é verdadeiro, essa dor vai passando. 
Agora apenas algumas lágrimas escorrem em seu rosto, antes eram rios delas. 
Um vago sorriso já aparece em seu rosto quando você lembra de algum pequeno detalhe.
Já não te machuca tanto, te mantém com aquela sensação de coisa perdida, que às vezes dá uma vontade de procurar.
E por fim, para de doer, mas não de ser lembrada.
Pode deixar de te maltratar, te culpar, te prender, mas nunca, nunca você vai esquecer.





"Saudade é melhor do que caminhar vazio." *
(Peninha)

"...Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, É não ver o futuro que nos convida..." *
(Pablo Neruda)

"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar. "*(Rubem Alves)
"Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue." *
(Adriana Falcão)

"Saudade é um dos sentimentos mais urgentes que existem. "*(Clarice Lispector)
"Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já..." *
(Pablo Neruda)


"A saudade é a memória do coração" *
(Coelho Neto)





Buenas.